Diante de recentes comunicados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a atenção sobre a segurança de alisantes capilares foi redobrada. Entender como verificar a procedência e a composição desses produtos é fundamental para proteger tanto consumidores quanto profissionais da beleza contra substâncias perigosas, como o formol.
A busca por cabelos lisos e sem frizz faz da escova progressiva um dos procedimentos mais populares nos salões de beleza. No entanto, por trás de promessas de um liso perfeito, podem se esconder graves riscos à saúde. A Anvisa tem emitido alertas contínuos sobre o uso de produtos irregulares que contêm substâncias proibidas em sua composição, como o formol em concentrações de alisante, colocando em perigo a saúde de milhares de brasileiros.
Os perigos ocultos no cheiro forte
O principal vilão dos alisantes capilares irregulares é o formaldeído, popularmente conhecido como formol. Embora permitido em cosméticos em concentrações mínimas (até 0,2%) apenas como conservante, a substância é ilegalmente adicionada a muitos produtos para atuar como agente alisante. Outra substância perigosa e proibida para este fim é o ácido glioxílico que, quando aquecido, também pode liberar formol.
A exposição a esses componentes, especialmente quando potencializada pelo calor do secador e da prancha, pode causar uma série de problemas de saúde, que vão desde sintomas imediatos a danos crônicos:
- Irritação e Alergias: Contato com a pele e o couro cabeludo pode causar vermelhidão, coceira, descamação e queimaduras.
- Problemas Respiratórios: A inalação dos vapores durante o procedimento pode levar a tosse, falta de ar, irritação do nariz e da garganta. Em casos mais graves, pode desencadear crises de asma e até edema pulmonar.
- Danos aos Fios: O uso contínuo de produtos com formol danifica a estrutura interna do cabelo, causando quebra, queda e ressecamento severo, apesar da falsa aparência de brilho.
- Risco de Câncer: A exposição frequente e prolongada ao formol é associada a um risco aumentado de desenvolvimento de câncer, principalmente nas vias respiratórias, sendo classificado como uma substância cancerígena.
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Como verificar se um produto é regularizado pela Anvisa
A segurança do procedimento começa com a escolha de um produto devidamente registrado. A Anvisa exige que todos os alisantes capilares passem por uma avaliação rigorosa antes de serem comercializados. Felizmente, verificar essa informação é um direito e um processo acessível a todos.
Antes de usar ou permitir a aplicação de um produto, siga estes passos:
- Exija ver o Rótulo: A embalagem original do produto é a sua principal fonte de informação. Nunca aceite produtos vendidos em frascos sem identificação ou com rótulos danificados.
- Procure o Número de Registro: Todo cosmético regularizado possui um número de autorização da Anvisa no rótulo. Para alisantes, que são produtos de Grau de Risco 2, esse número geralmente começa com “25351.”.
- Consulte no Portal da Anvisa: Com o número em mãos, qualquer pessoa pode acessar o portal da Anvisa e consultar a validade do registro. A agência disponibiliza uma ferramenta online específica para a consulta de cosméticos, onde é possível buscar pelo número do processo, nome do produto ou CNPJ da empresa. Se o produto não constar na base de dados, ele é irregular e não deve ser usado.
Sinais de alerta no salão de beleza
A responsabilidade é compartilhada entre consumidores e profissionais. Ao realizar o procedimento em um salão, fique atento a sinais que podem indicar o uso de produtos perigosos:
- Cheiro Forte e Irritação: Produtos com formol ou outras substâncias proibidas costumam exalar um cheiro forte e característico que causa ardência nos olhos e dificuldade para respirar.
- Ambiente sem Ventilação: A aplicação desses produtos em locais fechados e sem circulação de ar aumenta drasticamente a inalação dos vapores tóxicos.
- Recusa em Mostrar a Embalagem: O profissional deve ser transparente e mostrar a embalagem original do produto que será utilizado, permitindo que o cliente verifique o rótulo e o registro na Anvisa.
A saúde deve sempre vir antes da estética. Adicionar formol a um produto cosmético não é apenas perigoso, mas também é considerado infração sanitária e pode configurar crime hediondo. Portanto, a orientação é clara: desconfie de promessas milagrosas e exija sempre produtos regularizados. A informação é a sua maior aliada para garantir um tratamento de beleza seguro e responsável.